Procurar por um banheiro público e nem sempre achar. Essa é a situação dos 4,3 milhões de passageiros que usam todos os dias as cinco linhas do Metrô de São Paulo. Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo mostrou que das 62 estações apenas 18 possuem sanitários públicos, menos de 30%.
Os agravantes não param por aí. Das 18 estações agraciadas com banheiros, somente 4 ficam depois das catracas. É o caso das estações Tamanduateí e Vila Prudente, da linha verde; e Pinheiros e Paulista, da linha amarela. Nas demais, é preciso sair e pagar o bilhete, que custa R$3, novamente. Ou seja, a instalação só serve para quem ainda não passou pelas catracas.
É assim na estação Paraíso, que faz integração das linhas verde e azul, as mais usadas pelo designer gráfico Adriano Menta, de 25 anos. “Nunca precisei usar banheiro no metrô, ainda bem. Mas acho uma falta de respeito com as pessoas. Quem está baldeando na estação e quer usar o banheiro precisa pagar duas vezes. É absurdo”, reclama. Outra queixa dos usuários é a falta de sinalização. “Eu nunca soube qual estação tem ou não tem banheiro”, completa.
Dificuldades
Em outras 20 estações, os banheiros ficam em áreas próximas, como é o caso da estação Portuguesa-Tietê, da linha azul, que possui dois banheiros no terminal rodoviário. Já os sanitários construídos paras as pessoas com deficiência ficam trancados. É preciso procurar um funcionário do metrô e pedir para que abra.
Às vezes a solução é buscar ajuda na rua. A professora Valentina Rosa já passou por situações de bastante aperto na estação São Judas, onde não há sanitários. “Precisei pedir para usar o banheiro de uma das lojas que ficam ali perto”, conta.
Ela acredita que o serviço oferecido pelo metrô, em geral, tem melhorado, mas que a falta de banheiros é inadmissível. “Tomo medicamentos e, por isso, bebo muita água. Quando tenho vontade, não dá pra segurar. Não sou a única nessa situação, para idosos e crianças também é muito difícil.”
Em nota, o Metrô e a Via Quatro informaram que as novas estações das linhas 5-lilás e 6-laranja terão sanitários públicos. A regra não vale para as novas estações da linha 4-amarela, pois o projeto, de 2000, não previa a instalação.
A construção de mais banheiros está prevista e, enquanto os novos não ficarem prontos, os sanitários da linha 4-amarela reservados a pessoas com deficiência ficarão abertos para o público.