Antes descartado no meio ambiente ou queimado, pneus velhos tem ganhado importância para a indústrias brasileiras. Agora, viram em matéria-prima ou fonte de energia.
Só no primeiro semestre de 2012, cerca de 463 mil toneladas de pneus, que seriam descartados como lixo, foram direto para usinas para serem derretidos, misturado com pedras e transformados em asfalto, mas não do tipo convencional, o chamado asfalto borracha.
Mais resistente e elástico, ele não tende a trincar como o comum. Chega a durar 40% a mais, produz menos spray (a água que levanta dos pneus quando chove), o ruído é menor. E como é mais durável, as intervenções são mínimas – uma vantagem também para o motorista, que não vai precisar dirigir em uma pista constantemente em obras.
Destino certo
Na rodovia Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, 70% das pistas já foram cobertas com asfalto borracha. A meta é que, até 2015, não haja mais asfalto convencional nessas estradas. Para cada quilômetro de estrada, são necessários 600 pneus velhos.
Uma das usinas responsáveis pela fabricação do asfalto, na ativa há 7 anos, já produziu 750 mil toneladas do produto. O que significa que 400 mil pneus velhos foram tirados do meio ambiente.
Além das usinas de asfalto, outra indústria que tem utilizado o pneu velho são as cimenteiras. Nelas, os pneus são usados como combustível, pois queimam rápido e mantém a temperatura interna do elevada. E nas cimenteiras tudo é reaproveitado, até a malha de aço que vem com as carcaças de pneus.
Há 13 anos, foi criado o Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis para incentivar o descarte inteligente do material. Hoje, já são mais de 743 pontos de coleta de pneus velhos no Brasil e 424 milhões de carcaças foram retiradas da natureza.