Cicloativista diz que aumento do tráfego na cidade não é culpa das ciclofaixas

Trânsito pesado na região da Avenida Paulista (Foto: AE)

O tráfego na região da Avenida Paulista tem aumentado depois que a ciclofaixa começou a funcionar. Segundo dados da CET, a avenida chegou a ter 1,8 km de filas no último dia 11, dois meses depois que a faixa foi aberta. E os motoristas tem reclamado do engarrafamento em pleno domingo.

Mas o cicloativista responsável pelo site Vá de Bike, William Cruz, diz que a culpa do trânsito pesado aos domingos e feriados, quando a ciclofaixa funciona, não é culpa dos ciclistas. “Ainda são muitos carros nas ruas. Mesmo com a ciclofaixa, sobram 3 para circulação de veículos”, justifica. “E é bom lembrar que a faixa usada pelas bicicletas também é de circulação”, continua.

Outro exemplo é o que acontece na Avenida República do Líbano. Quando a ciclofaixa é fechada, às 16h, o espaço é utilizado para estacionamento. “A via continua com uma faixa a menos para circulação de carros, não?”, ironiza o cicloativista. “O que aumenta tráfego é automóvel. Precisamos parar de ignorar o elefante na loja de cristais”, alerta.

E o tal elefante custa caro. Dados de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que a cidade de São Paulo perde por ano R$ 50 bilhões. Culpa dos congestionamentos.

Planejamento

O professor Alisson Freitas, de 35 anos, já dirigiu pelas vias onde a ciclofaixa funciona e percebeu uma lentidão ainda maior com uma faixa a menos para veículos. Ainda assim, ele é a favor de que o espaço para a bike seja respeitado. “Seria necessário rever bloqueio de ruas e talvez fazer campanhas educativas que incentivassem os motoristas a optar por caminhos alternativos.”

A pesquisadora Gabriela Munin, de 24 anos, que pedala pela ciclofaixa, notou que o trânsito da um “nó” na Av. Bernardino de Campos, na altura do metrô Paraíso. Para ela, o que falta é planejamento. “Não concordo com a disposição que fizeram ali. Bloquearam umas passagens para os carros, quando podiam colocar semáforos para ciclistas”, avalia.

Em nota divulgada, a CET ressaltou que as ciclofaixas já fazem parte da rotina de lazer dos paulistanos. Os números demonstram o quanto este projeto foi bem-sucedido e aceito pela população. Segundo dados do órgão, em 2009, quando as ciclofaixas começaram a ser ativadas, havia cerca de 10 mil usuários. Hoje, com o grande crescimento da malha, são cerca de 150 mil frequentadores.

(Caroll Almeida)

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