Fãs preferem antigo vocalista e afirmam que Layne Staley ainda é a alma do Alice in Chains

O Portal SWU reuniu um grupo de fãs absolutos do Alice in Chains, banda pilar do grunge de Seattle e que fez um dos melhores shows do SWU Music & Arts Festival 2011, para um bate-papo franco sobre a banda. E na roda de conversa, um assunto tomou conta: o vocalista que melhor representa o AIC. Seria o falecido Layne Staley ou o novato William DuVall?

O acordo unanime (e até previsível) dos fãs é de que Layne Staley, mito de timbre inconfundível e que participou dos mais importantes discos do AIC, ainda é a “alma” da banda. “Pra mim é automático pensar em Alice in Chains e associar a imagem dele, e tudo que ele representou e ainda representa pra banda”, disse a fã Sabrina Cordeiro, de 28 anos. Para ela, com a entrada de DuVall, o AIC perdeu “o feeling e a beleza pela dor”.

O técnico em informática Rodrigo Cirne de Andrade, de 36 anos e fã de AIC desde 1991, vai além e diz que diz que dificilmente aparecerá na história da música alguém com o talento vocal que o Layne tinha. “Layne era a ‘cara’ do Alice in Chains da década de 90. Hoje o Jerry (Cantrell) meio que assumiu essa imagem”, avalia.

Mais centrado

Layne Staley morreu em abril de 2002, vítima de uma dose letal de speedball (como é conhecida a mistura da heroína e cocaína). Os problemas com drogas e bebidas, que afogaram a carreira do músico, fizeram parte da trajetória do vocalista durante todo os anos 90, período de glória do AIC.

“Não acho que a banda estaria tão bem como hoje se ele ainda estivesse vivo. E se ele estivesse sóbrio, não seria o cara que conhecemos. Parece absurdo, mas acho que a morte dele aconteceu na hora certa”, acredita a fã Milena Andrade, de 25 anos, produtora executiva. Para eles, DuVall ganha pontos por ser um músico mais profissional, centrado e por carregar o legado da banda.

“Antes do Duvall aparecer eu achava até que a banda deveria ter acabado definitivamente, para ficar só na lembrança. Mas depois de ouvir o disco novo e ver o show no SWU, admito que o DuVall é excelente”, afirma o consultor Flávio Lima, de 28 anos. “Ele é afinado, tem a voz perfeira pro AIC e não tenta imitar o Layne”, concorda o engenheiro ambiental Marcus Vinícius Teixeira, de 27 anos.

Para a estudante Katrin Koch, ver o AIC com William DuVall acompanhando Cantrell no palco do SWU foi uma experiência inesquecível. “Ele manda bem e combinou bastante com a nova fase. Afinal, nenhuma banda fica na mesma durante tanto tempo”.

Hinos

Apesar da boa fase que vive o AIC – Black Gives Way to Blue, o disco mais recente, foi considerado pela crítica um dos melhores lançamentos de 2009 – , os fãs não acreditam que a banda conseguirá repetir o sucesso de hinos como “Man in the Box”, “Would?” e “Heaven beside you”.

“Eu vejo hoje o Alice como uma banda consolidada. Definitivamente, não espero um hit deles, nem acho que precisam emplacar hits para serem tão bons como acho que são”, esclareceu o estudante de jornalismo Cristiano Silva, de 23 anos.

Para o ator Rafael Arruda, de 26 anos, o AIC já cumpriu seu papel de “máquina de hits”. “Hino é uma música que marcou época, um determinado estilo e movimento musical. E isso o Alice in Chains tem. Outros discos virão, mas os clássicos serão os mesmos.”

(Caroll Almeida)