O Portal SWU foi a dois terminais de ônibus em São Paulo para conversar com os motoristas de ônibus e saber o que eles pensam de quem anda de bike na cidade. Um ponto é consenso entre os profissionais: muitos ciclistas não respeitam as leis de trânsito.
Segundo dados da São Paulo Transporte (SPTrans), o número de mortes em acidentes entre ônibus e bicicleta caiu 66% em três anos – em 2009 foram 12 óbitos; em 2011, quatro -, mas para os motoristas, a estatística diminuiria ainda mais se os ciclistas fossem menos imprudentes e recebessem treinamento.
“Tem espaço para todo mundo. Mas, às vezes, eles abusam, entram na contramão, andam na calçada, coisa que não se deve fazer. Acho que seria bom se houvesse uma campanha para orientar. Assim como a gente, eles devem respeitar sinal, a faixa de pedestres e a faixa exclusiva para ônibus. E alguns não querem nem saber”, disse Francisco Calvin Cruz, 57 anos, motorista da linha Terminal Lapa.
Para Jurandir José, de 48 anos, os ciclistas deveriam receber treinamento de como agir no trânsito assim que compram uma bicicleta. “Eu vejo algumas barbaridades que eles fazem. Tem ciclista que vê o perigo, percebe que não é hora de ultrapassar, por exemplo, mas acha que tem o direito de entrar sem sinalizar na nossa frente”, conta.
Maior x menor
O Artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro diz que “em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”.
A lei é clara para os motoristas e Joelson da Silva, de 40 anos e motorista desde 2005, diz tomar o maior cuidado com ciclista e pedestres. “Só que ônibus é um veículo muito grande e dependendo de onde ele (o ciclista) está, ele entra no ponto cego e a gente não vê o cara no trânsito. Por isso, a importância de ter luzes de sinalização, um alerta a mais pra gente”, avalia ele, que também dá suas pedaladas nas horas de folga.
Ponderado, Selvino Lopes, de 35 anos e há 3 motorista de ônibus, acredita que existem “vários tipos de ciclistas”. Segundo ele, é fácil ver na Avenida Paulista ciclista equipado e pedalando de forma correta, mas que em bairros mais afastados há muita gente sem capacete e usando bikes sem sinalização alguma. “Não é porque eles querem, é falta de informar essas pessoas, sabe? Muitos ainda andam na contramão achando que é mais seguro, já que estão vendo os veículos. E o certo é pedalar no mesmo sentido”, explica o motorista. “Na verdade, o que falta pra todo mundo no trânsito é mais humildade e mais coração”, desabafa.
(Caroll Almeida)
Faltam ciclovias,mas tambem falta ABOLIR a ignorancia.No final de um determinado periodo tudo se ajeita.SERA?????????