Não estranhe se você vir bicicletas laranjas e com cara de retrô pelas ruas de São Paulo. Foi inaugurado na semana passada o Bike Sampa, projeto que prevê, até 2014, o aluguel de três mil bicicletas em 300 estações espalhadas por todas as regiões da capital paulista. A partir desta terça-feira (29), estarão em pleno funcionamento todas as 10 primeiras estações, localizadas na região da Vila Mariana. Por enquanto, apenas 6 pontos estão ativos.
Só este ano, serão implantadas 100 estações, cada uma com 10 bikes. As magrelas estarão à disposição dos usuários todos os dias, de 6h às 22h. Porém, para usar o sistema compartilhado, é preciso primeiro preencher um cadastro no site do projeto. Lá, é possível saber quantas bikes há disponíveis em cada unidade.
Para o gerente de TI Fábio Pereira, de 32 anos e ciclista desde 2007, o projeto é bacana e vai facilitar os deslocamentos curtos, o “vai-e-vem” dentro da cidade. Além disso, serve para dar mais visibilidade aos ciclistas. “Acredito que os acidentes diminuirão. Quantos mais ‘laranjinhas’ forem vistas, mais forte ficará a consciência de que a bicicleta é viável e isso, aos poucos, mudará a mentalidade de motoristas e dos próprios ciclistas”, disse.
No dia em que o Portal SWU visitou a unidade Belas Artes, na Rua Dr. Álvaro Alvim, na última sexta-feira (25), por volta das 18 horas, apenas 3 bicicletas estavam alugadas e a movimentação na unidade era pequena. O segurança do museu, José Ricardo, disse que quando chegou ao trabalho, às 14h, apenas duas bicicletas estavam disponíveis. “As pessoas já estão usando o sistema, sim. E a tendência é melhorar”, afirmou.
A designer de produto Mariana Ramos, de 26 anos, passou pela unidade e parou para ler as instruções sobre como vai funcionar o Bike Sampa. “Nunca tinha visto essa estação e achei bem interessante. Espero que pegue aqui em São Paulo”, disse a designer, que pretende fazer o cadastro para usufruir da novidade.
Como usar a laranjinha
A bicicleta, equipada com cesta, campainha e luzes de segurança, pode ser usada por 30 minutos ininterruptos e quantas vezes por dia o usuário desejar. Para isto, basta que, após esta meia-hora, o ciclista deixe o equipamento em qualquer estação por um intervalo de 15 minutos. Mas se o ciclista quiser continuar pedalando sem pausa, basta pagar R$ 5 por cada 30 minutos subsequentes.
As 10 estações que já funcionam esta semana estão separadas por até um quilômetro de distância – objetivo é facilitar a integração do ciclista às outras modalidades de transporte público e valorizar a mobilidade urbana. Além disso, elas também serão alimentadas por energia solar e interligadas por sistema de comunicação sem fio, via rede GSM e 3G.
O Bike Sampa é semelhante ao Bike Rio, que começou no fim de 2011 na capital carioca e já tem cerca de 70 mil usuários cadastrados e mais de 600 mil viagens já realizadas, uma média superior a quatro mil por dia. O projeto é uma parceria público-privada idealizada pela Prefeitura de São Paulo, Samba, Serttel e Banco Itaú.
(Caroll Almeida)