Lynyrd Skynyrd vai tocar ”Freebird” em homenagem aos motociclistas que vão ao SWU 2011

Tire a moto da garagem e prepare a jaqueta de couro porque a viagem vai ser ao som de “Freebird”. O Lynyrd Skynyrd, que se apresenta pela primeira vez no Brasil, vai tocar o clássico em homenagem aos motociclistas que vão se aventurar na estrada rumo ao SWU Music & Arts Festival 2011. Em entrevista por telefone, o guitarrista Rickey Medlocke mandou o recado: “Quero que vocês rodem muito e vivam livres!”.

Expoente do southern rock, a banda encerra a festa do dia 13 de novembro no palco Energia. Rickey, que foi frontman do grupo Blackfoot, também contou ao Portal SWU como foi tocar no Lynyrd Skykyrd em 1970 e voltar ao grupo 26 anos depois. Confira:

Rickey, em 1970 você fez parte do Lynyrd Skynyrd, mas como baterista e vocalista. Depois de 26 anos você voltou ao grupo como guitarrista. Por quê?

Foi interessante. Eu toco bateria desde que era moleque. Toquei pela primeira vez com os caras no começo dos anos 70. E eu consegui esse trabalho por acaso, porque eu estava no Blackfoot e estávamos passando por alguns problemas, eu estava infeliz com isso na época e queria algo diferente. Então, Allen Collins entrou em contato comigo e falou para eu ligar para o Ronnie (Van Zant, primeiro vocalista da banda). O Bob Burns estava saindo da banda e que eles precisavam de outro baterista. “Você quer tocar com a gente?”, ele perguntou. E eu disse que tocava, embora não pegava numa baqueta há alguns anos. Mas isso voltou pra mim de uma maneira bem natural. Chegamos a Jacksonville e começamos a ensaiar o material antigo. Em duas semanas eu já estava pronto para os shows. Depois eu voltei ao Blackfoot porque eu não queria ficar atrás da bateria, o que eu amo mesmo é cantar e tocar guitarra. Finalmente, em 1995 eu recebi uma ligação me convidando para a estreia do filme Freebird. Toquei com eles antes da estreia e foi muito legal vê-los de novo. Eu me encaixei tão bem no contexto que queriam me trazer de volta para banda. Em 96 eu recebi uma ligação de Gary pedindo para aprender “Saturday Night Special” e “Freebird”. E disse que me pagaria um dólar e uma barra de chocolate pelo teste. Eu tenho isso gravado em fita.

Aos cinco anos de idade você já tocava bateria na banda de seu avô, Shorty Medlocke, e depois, ainda bem jovem, você montou o Blackfoot, que ao lado do Lynyrd Skynyrd foi uma das melhores bandas de Southern Rock. O Blackfoot chegou a tocar com o Lynyrd Skynyrd nos anos 70? Como foi isso?

Fizemos alguns shows com eles e foi bem divertido. O Ronnie entendeu o que eu estava fazendo e me desejou sorte e eu fiz o mesmo pra eles. Não havia rancor ou nada do gênero de nenhum dos lados. Blackfoot foi demais por 6 anos, vendemos muitos álbuns e fizemos turnês no mundo inteiro. E 16 anos depois, aqui estou eu com os caras do Skynyrd. Acabamos de voltar de Nashville e estamos escrevendo material novo pra ser lançado no final de 2012 ou começo de 2013, e está ficando bem legal. Não tem pressão, só estamos tentando gravar discos legais e fazer shows. E a coisa legal do Brasil é que o Skynyrd nunca tocou por aí. Então, estou realmente doido pra ver como o Skynyrd vai se virar. Fora que temos um belo show com muito material engatilhado.

Desde 1996, quando você voltou ao Lynyrd Skynyrd, muitos de seus companheiros já se foram, como Billy Powell, Leon Wilkeson, Hughie Thomasson e Ean Evans. É difícil manter o pique perdendo tantos companheiros de banda?

Como uma banda a gente acaba tomando muita pedrada. Só temos alguns membros originais da banda tocando. E ouvimos muito as pessoas falando que isso não é o verdadeiro Lynyrd Skynyrd. Mas as coisas aconteceram dessa forma e é assim que elas vão andar. O importante é que estamos aqui do fundo do nosso coração e acreditamos na música que fazemos. É difícil se reerguer depois de certas situações, mas a música e os fãs nos ajudam a continuar. O Lynyrd Skynyrd não vai parar.

Quando você entra no site do SWU e olha o lineup, quais bandas você tem mais vontade de assistir?

Eu não cheguei a ver o lineup inteiro ainda. A única banda que eu realmente sei que toca no mesmo dia que a gente é o Duran Duran. Eu conheço um pouco do som deles, mas eu não acompanho muito. Admito que preciso dar uma olhada para ver quem mais vai tocar.

Qual a expectativa para esse show no Brasil, há algo diferente, alguma surpresa para os fãs brasileiros?

Eu tenho certeza de que vai ser demais! Vai ser divertido, os fãs finalmente vão poder ouvir “Sweet Home Alabama” e “Freebird” ao vivo aí no Brasil. Temos uma boa hora e meia de show pra vocês. A verdade é que eu amo tocar fora dos Estados Unidos. Essa é a nossa primeira vez aí. Estamos preparados para detonar! Já planejamos chegar um dia antes para curtir a cidade e a comida. Vai ser legal para todo mundo. Estamos ansiosíssimos.

O pessoal que curte uma Chopper no Brasil e adora pegar a estrada, gosta demais do som do Lyrnyd Skynyrd. É assim em todo lugar que vocês tocam? Que tal fazer um convite?

Sempre tocamos para eles aqui nos Estados Unidos e na Europa. Os motociclistas sempre se divertem muito. Venham ao nosso show no SWU e tocaremos “Freebird” em homenagem a vocês! Quero que vocês rodem muito e vivam livres! Só cuidado com a cabeça (risos).