Investir dinheiro de doações em spam, para que mais doações aconteçam, essa é a ideia de Brian Mullaney, fundador da ONG Smile Train, que financia cirurgias de fissura labial em crianças. Para ele, filantropia deve ser encarada como um trabalho qualquer.
E como todo negócio, precisa de estratégia, marketing e pesquisa de mercado.Mullaney escreveu um artigo para a revista Superinteressante, em junho deste ano, defendendo usar o dinheiro de doações em campanhas publicitárias e envio de spam.
“Essa é a filosofia que vou usar em um projeto que lanço ainda em 2011 para financiar cirurgias de catarata, pé torto, queimaduras, hidrocefalia e sopro no coração. O objetivo é arrecadar US$ 300 milhões anualmente. E, no primeiro ano, gastar todo o dinheiro em spam. Para ser mais específico, em 100 milhões de cartas, enviadas via mala-direta a possíveis doadores. Não será desperdício. Será nossa arma para garantir um fluxo constante de doações”, afirma Mullaney em seu texto.
Para a ativista e ambientalista Rebeca Lerer, a ideia de tratar as doações de forma “mais empresarial” é interessante. “Existe uma margem de risco grande. A pessoa pode investir uma quantia razoável em envio de mala-direta, por exemplo, e não ter o retorno em doações suficiente”, disse. No artigo, Brian afirma que cerca de 60% das pessoas que recebem spam e doam a primeira vez, também doam nos próximos dois anos. “As doações sobem para até US$ 10 para cada US$ 1 gasto com spam.”
Além do spam, Brian vai investir cada vez mais em pesquisa de mercado. Em uma pesquisa prévia, ele testou 49 tipos de rostos diferentes. “O que deu melhor resultado foi um garoto branco pré-cirurgia. A pesquisa mostrou que as pessoas doam mais a quem se parece com elas, e a maioria dos doadores dessa ong é branca. A escolha das palavras também é crucial”, afimou no artigo.
Rebeca Lerer acredita que a estratégia é ousada e pode gerar uma discussão saudável. Mas ela tem uma ressalva. “Para dar certo é preciso planejamento e transparência. O doador deve saber quanto de seu dinheiro será usado em marketing e quanto será destinado ao objetivo, que são as cirurgias”, argumentou.
Ótima notícia!
A matéria está boa, só faltou uma coisa: saudável é com U!
Legal gostei…..
AE SIM!!!