Roger Moreira, líder do Ultraje a Rigor, sentou no sofá à minha frente estampando, em uma camiseta verde, os dizeres “A gente somos inútil”, hino da banda que fez sucesso estrondoso em 1985 e figurou, tempos depois, a lista das 10 mais importantes músicas brasileiras do século. Simpático e bem humorado, Roger segurou o gravador eletrônico do Portal SWU e brincou de dar choque nos companheiros, “Tzzzzzzzz!”!
Foi o suficiente para começar as risadas que acompanharam toda a entrevista. Entre uma gargalhada e outra, Roger, que toca com seu Ultraje a Rigor dia 13 de novembro no SWU Music and Arts Festival 2011, falou sobre a importância do disco Nós Vamos Invadir Sua Praia, o novo trabalho na tevê, os rumos da banda e da alegria em tocar em um festival que une música, arte e sustentabilidade. “Temos uma responsabilidade grande com o SWU”, disse.
O que os fãs podem esperar do show no SWU?
O show é basicamente o mesmo há algum tempo já. O público quer escutar mais ou menos as mesmas músicas, mas nunca é igual. Até porque nós gostamos de fazer a coisa funcionar ao vivo e vamos percebendo a energia da galera. O que a gente recebe a gente dá de volta. No bom sentido.
O que você pensa a respeito do mote do SWU, que é juntar música, arte e sustentabilidade?
É importante sempre criar uma mentalidade na juventude, com as crianças de preferência. Na verdade, o problema do Brasil é de mentalidade. Alguns gargalos podem ser resolvidos em 20, 25 anos. Não são resolvidos porque ninguém começa. Por isso é importante quando tem um festival, que atrai muita mídia, muito público e que tem o poder de enfiar alguma coisa boa na cabeça do pessoal.
O público, como em todo festival, será bem eclético. Isso interfere no preparo do set list? O Ultraje a Rigor planeja algo especial?
Nós temos 30 anos de estrada, cada um tem sua experiência e já tocamos para todo tipo de público. Churrascaria, festa de executivo, casamento, tudo. A gente, para falar a verdade, não está preparando nada diferente, mas temos uma responsabilidade muito grande com o SWU, muita gente vai estar lá, muitas outras vão ver pela TV. Estamos prestando mais atenção em eventuais erros durante outros shows, cada um toca de um jeito e umas coisas funcionam, outras não. Então, vamos ajeitando tudo só pra ficar bonitão, mas, de maneira geral, é o nosso show mesmo.
Do que você gosta mais: de ver que tem gente da antiga que ainda acompanha a banda ou ver a molecada nova fã do Ultraje?
Ah, os dois são muito bons. O legal do pessoal mais novo é que a maioria não tem muita ideia de como começou e eles nos descobrem com a mesma novidade e alegria do público de 1985, tipo, “pô que legal”. É bom pra gente saber que música que a gente fez há 20 anos tem o mesmo impacto na moçada de hoje. É legal todo o tipo de público. Às vezes, a gente olha e pensa “nossa, esse pessoal é meio velho”. Mas na verdade, eles só têm a minha idade. (risos)
Qual a importância do Nós vamos invadir sua praia tanto para o Ultraje quanto para o rock nacional?
Esse disco foi importantíssimo pra nós. Foi o primeiro que estourou e o primeiro de rock nacional que conseguiu disco de ouro e depois de platina. E ele faz sentido até hoje, o estilo não era muito calcado nos anos 80, as letras são sobre aspectos perenes do brasileiro. Ele também foi eleito por diversas revistas especializadas e jornais como um dos discos mais importantes. “Inútil” chegou a entrar para uma lista de as 10 mais importantes do século pela eleição da Folha. E nunca pensamos em fazer a música mais importante do século. Não era assim, sabe? A gente simplesmente estava compondo para os amigos.
Qual música do Ultraje mais representa os dias de hoje?
“Eu me amo”. (risos). As pessoas cultuam demais essa coisa de celebridade, ser famoso a troco de nada. Celebridade vem de célebre e já não se lembra disso. É celebre porque aparece na revista e tal. Artista é o cara que faz arte? Não. É o cara que aparece na tevê. O nível de exigência do público baixou muito. Sinceramente, essa não era uma preocupação da nossa geração. Hoje as coisas são descartáveis e tediosas.
Vocês vão continuar com o projeto de liberar músicas na internet?
È uma experiência que a gente fez e que não está abandonada ainda. Pode ser que a gente continue com o Música Esquisita a Troco de Nada. Talvez a gente lance no formato convencional, quando tivermos mais músicas. Mas não é necessário. O mercado muda muito, não tem mais motivo para isso, principalmente no nosso caso, que somos uma banda conhecida. Antes a gente precisava de uma grande gravadora porque estúdio e gravações eram caras e eles eram responsáveis pela divulgação. Essa parte já foi feita e nunca nossa renda principal foi vendagem de disco. Para gente sempre foi mais importante a divulgação e a internet cumpre esse papel. E agora temos até um programa diário aí… A gente comanda e o Danilo Gentili faz só uma participação (risos).
E como tá rolando a experiência do Agora é Tarde?
É a primeira vez que a gente pega no batente. (risos). Tô estranhando um pouco. Estamos fazendo uma coisa que a gente já faz nas turnês e shows, que é tirar sarro com a cara um do outro. Essa parte é gostosa. Eu tô adorando, o clima é legal, super na nossa praia. Só tô estranhando porque eu ficava em casa, não fazia nada. (risos). E era legal. Mas agora vejo como a outra metade vive. (risos)
(Caroll Almeida)
Muito legal a entrevista c Roger. Precisamos mesmo, cada vez mais de pessoas que entendam a importância de um festival como o SWU, que mescla entretenimento com responsabilidade.
Estarei lá para ver Ultrage a Rigor e Duran Duran, bom demais…
ULTRAJE É SHOW !!!!!!!!!
Roger, é verdade que uma vez mediram seu QI e deu 110?
tensooooo
ultrage dia 13 e eu vou no dia 14 :(
a banda nacional que eu tenho mais vontade de ver, finalmente.
SET LIST PERFEITO: 18 anos sem tirar!
Sem falar que vcs abriram pro Duran em 88 , e
eu tava lá!