Solidariedade. Essa é a palavra que motivou um universitário de 19 anos, de Novo Hamburgo (RS), a montar um site diferente de tudo o que você já viu. Inspirado pelos sites de compras coletivas como Peixe Urbano, o estudante de publicidade João Burzlaff Lopes, junto com o amigo Bruno Stein, que cursa Comunicação Digital, teve a ideia de criar o Mendigo Urbano, um site onde você pode “comprar” um morador de rua.
Funciona assim: os moradores de rua são cadastrados e o “passe” de cada um é colocado à venda por R$ 250. O internauta, então, pode pagar o valor inteiro ou só uma fatia. Quando a quantia é alcançada, a pessoa é “vendida”. Mas tudo não passa, segundo seus criadores, de uma brincadeira bem intencionada. Ninguém compra ninguém. Os R$ 250 são utilizados para financiar um “Kit Mendigo”, com roupas, alimentos e um corte de cabelo. Dos cinco desabrigados cadastrados no site até agora, três já tiveram o “passe vendido”. O futuro publicitário deixou claro que tudo será feito com transparência: eles filmam a entrega e disponibilizam no site a nota fiscal de tudo o que comprarem. Maravilha? Há controvérsias. Para a fundadora da ONG Casa do Zezinho, Dagmar Garroux, o projeto fomenta a mendicância.
“Dar um punhado de roupas e cesta básica não resolvem o problema. Gostaria que a ideia fosse além, que esses dois universitários apadrinhassem um morador de rua e que a ajuda fosse mais profunda, que ele fosse alfabetizado, que tivesse um acompanhamento médico”, exemplificou. Para ela, o ditado “não dar o peixe, mas ensinar a pescar” se aplica aqui. “É claro que a ideia tem uma questão humana, solidária, mas isso não basta. A ajuda precisa ter continuidade.”
Desconfiança
João Burzlaff Lopes lembra que convencer os mendigos “não foi tão simples”. Segundo o estudante, os moradores de rua ouviam a proposta com a pulga atrás da orelha. “Muitas pessoas os abordam e depois levam a polícia para tirá-los do lugar onde estão. Eles já passaram por muitas coisas”. Mas depois de muita conversa, veio a resposta positiva. O único pedido foi para que o site não divulgasse o local exato onde costumam ficar e dormir.
Apesar do pouco tempo – o site está no ar desde 16 de agosto – a recepção foi boa. “Quando a gente teve a ideia, eu não pensei direito no que isso poderia virar, achei que pudesse ficar conhecido só localmente”, disse João, que curte a visibilidade que o site e eles mesmos estão tendo. “Amigos, família e muitas pessoas no Twitter parabenizam a gente pela iniciativa.” Agora, o próximo passo dos dois universitários é expandir. O site já recebeu propostas para parcerias e a intenção é que pessoas de outros estados possam também administrar o Mendigo Urbano.
uma ideia complicada de ser analisada . isso pode ser um beneficio e ao mesmo tempo não :S .
Não concordo, pode até ser um tanto egoísta da minha parte, mas isso só faria com que os mendigos se acomodasse com a vida que possuem
Sabia que muito deles tem casa?
E acha comodo ficar na rua por que se sentem livre e tem um monte de gente que os ajuda, então pra que trabalhar/ficar em casa, né?!
Acho injusto!
A ajuda que eles precisam NÃO é essa.
idéia simples… e muito muito solidária!
Tudo bem que isso não ajuda 100% dos mendigos, portanto, podemos fazer o que podemos, os jovens publicitários podem fazer um site para ajudar os mendigos, outros, podem ajudar com a alfabetização, outros com atendimento médico. Cada um pode fazer a sua parte na sociedade.
Nice ;)
ótima idéia! :)
Realmente Ana A. Izdihar encarar mendigos e pobres como coitadinhos não é uma boa ideia, até mesmo por que são seres humanos com totais capacidades assim como você e assim como eu, e coitadinho são os animais irracionais que não conseguem discernir veneno de comida e acabam por morrer devido a tamanha inocência. Agora eu não acredito e nem concordo que alguém esteja na rua, passando fome, frio, adoecendo e vendo seus filhos se drogarem e ou morrerem por escolha própria!!! Realmente as políticas públicas do país são falhas, mas ver uma pessoa necessitada e virar as costas só por que a responsabilidade é de outro, também não faz sentindo! Que espécie de exemplo seria eu para meus filhos e gerações futuras se transmitir a ideia de que fazer a MINHA PARTE é cumprir com as responsabilidades que envolvam somente meu mundinho?!?!
O SWU publicou uma nota que acho que vale muito a pena postar aqui, e em partes ela diz o seguinte: “Vive espalhado entre nós uma falsa sensação de que [...] “estou fazendo a minha parte”, mas, está mesmo? Que parte é essa? O que você faz? Ah, você vive, trabalha, paga impostos, então, que bom para você. Mas, saiba, isso não muda a realidade da maioria das pessoas. As pessoas estão inebriadas por uma falsa ilusão, acorrentadas ao conformismo. Temos que nos dar conta de que somos todos iguais e merecemos ser tratados assim – classe social e marcas famosas não mudam o que eu sou, não muda o que você é.”
Realmente ser pobre é um fardo sim, principalmente pra quem vive nessa condição. É um fardo horrível chegar no fim do dia e ver que tudo que tem para alimentar sua familia é um pedaço de pão, ver que não tem como comprar um leite pra alimentar seu filho, ter que dormir na fila de um hospital com seu filho doente nos braços e ainda assim não conseguir ser atendido e se for atendido não ter dinheiro pra comprar medicamento.
Brasileiro rico tem que entender que pobre não usa de marketing pra ganhar comida a custas dos outros. Ja vi muito, acontecer ao contrário!!! Brasileiro rico tem que entender que a responsabilidade de ajudar a quem necessita é de todos, e não somente do governo!!! Parabenizo sim a atitude dos meninos que criaram o site, pois esse é um excelente começo pra aumentar a auto-estima dessas pessoas que são consideradas uma sociedade a parte, e que são ignoradas por serem a responsabilidade de um governo que também não estão preocupadas com elas!!!
Não concordo em absoluto!
Primeiro, nós precisamos no Brasil acabar com essa idéia de que pobre, morador de rua é “coitadinho”. Independente do sistema capitalista injusto (não nego), há ali uma escolha e contra a escolha individual de cada um, ninguém deveria interferir.
Também não concordo com as sugestões de Dagmar Garroux sobre o que os universitários deveriam fazer, pois tudo o que ela diz é responsabilidade do Estado. O cidadão cumpre seu papel, paga suas taxas para que o Estado disponibilize essas ajudas.
Brasileiro tem de entender que pobreza é um fardo e não uma desculpa pra levar a vida deprimido e dependente dos outros. Há de se fazer uma reforma mental no país, de padrões mentais obsoletos para padrões que elevam a auto-estima
apoio certamente!
Desde que o valor total seja usado para benefício do morador de rua, apoio.
Mas se tiram algum pra eles… ja é meio suspeito