O 2º passo, de uma série de cinco, para você se tornar um ativista digital!

Chegou a hora de se inspirar com quem faz

Antes de escolher o que fazer e como, vale se inspirar no que já está sendo feito. No primeiro passo da nossa série rumo ao ativismo, vimos a necessidade de ter e cultivar boas fontes de informação. Agora a proposta é aprender com quem está usando seu conhecimento para agir e ajudar outros. Sempre importante frisar que, por mais que nossas ações não sejam suficientes para eliminar a injustiça no mundo, é preciso resistir à tentação do imobilismo com o dizeres do tipo “não basta só eu”. Há pessoas colocando a mão na massa e conseguindo resultados. Podemos desmistificar conceitos e nos espelhar nelas. Voilá:

Uncultured.com é o site de Shawn Ahmed, um canadense que se mudou para Blangladesh para mostrar, por meio de vídeos humanizados do dia a dia de seus moradores, o que realmente é a pobreza. Com o approach de que “não são eles; somos nós”, Shawn conseguiu doações do mundo inteiro e instiga a todos a decidir para onde o dinheiro será destinado.

Wearevisible conseguiu prover centenas de moradias a pessoas em situações de rua dando-lhes voz. Eles mesmos montam seus blogs, twitters, contando ao mundo o que é acordar de manhã e não ter o que comer. @homelessgirl1 foi uma delas e hoje ajuda outros em situações similares a sua no passado.

No Brasil, temos o sucesso inegável das “marchas”. Por exemplo, as críticas de alguns moradores de Higienópolis, que se mostraram contra a construção do metrô na Av. Angélica (assista reportagem do SWU), foram minadas pelo “Churrasco da gente diferenciada”. Organizado como evento fake no Facebook, só como sátira, o projeto acabou dando certo pelo número astronômico de confirmações.

Outra iniciativa, que infelizmente está parada, é o ruasdigitais.com.br. Criado pelo jornalista Guilherme Giuntini, o “ruas digitais” até o ano passado levava moradores de rua a Telecentros da prefeitura para que pudessem contar, eles mesmos, suas histórias. Perguntei a Giuntini, no Twitter, o que aconteceu com o projeto – logo mais escrevo por aqui.

Dança comigo

Há ações inusitadas. Como, por exemplo, a de um vídeo que unificou o mundo por meio da dança. Com o título de “Where the Hell is Mat”, um homem aparece em várias cidades do mundo (Caracas, São Paulo, Chicago, etc) pedindo para que outros dancem com ele. Simples, sensível. Mas o que era apenas um passatempo, depois de ser visto por mais de 20 milhões de pessoas, virou uma ideia. Inúmeros são os vídeos em resposta. Inúmeras são as pessoas que se sensibilizam.

Você pode não ir a Bangladesh e pode não ter como viajar o mundo para conectar pessoas. Mas, dessas iniciativas, o que podemos aprender?

1 – Observe o mundo e se enxergue como parte integrante dele: Essas pessoas não apenas leram notícias, elas foram capazes de se sensibilizar e elaborar um plano de ação. Esse foi o principal diferencial do Uncultured, por exemplo. Shawn Ahmed se envolveu com a cultura, humanizou seus protagonistas. Ele não apenas se colocou no lugar dessas pessoas, mas foi capaz de fazer com que outros também se colocassem. Ele não só comunicou, mas criou compaixão.

2 - Ouse e comece a agir: A rede aumentou a influência que uma só pessoa pode ter. A criação de um evento no Facebook, como a do Churrasco, por exemplo, foi feita por uma pessoa que, simplesmente, convidou outras. Seu criador poderia não prever, mas a farofa se armou e conseguiu projeção na mídia. Por isso, simplesmente comece a agir. Você pode se surpreender com os resultados.

3 – Ajude outras pessoas a se integrar: Um dos grandes feitos da internet – e aqui em particular das mídias sociais – é a democratização dos meios. Mas é preciso mais do que isso. Claro que a classe média consegue uma audiência bem maior que o seu ciclo social usual poderia prover. A democratização no Brasil, no entanto, como em Bangladesh, terá que transpor uma outra barreira: a da inclusão digital. Só assim será eliminada a figura do mediador – que não raro “espetaculariza” a pobreza em nome do showbizz. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, disponibiliza seus Telecentros para quem tem uma boa ideia. Dê uma olhada.

 

Esta entrada foi publicada em Cultura Digital por Monique Oliveira. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

30 respostas a O 2º passo, de uma série de cinco, para você se tornar um ativista digital!

  1. @giuntini disse:

    Infelizmente o site Ruas digitais parou por problemas financeiros, já que eu era o único que bancava toda a parte financeira eheh.. Mas estou buscando patrocínio para voltar com o trabalho.

  2. Jean Moura disse:

    kkkkkkkk, muito massa vey!!