SIGA-ME, por Bruno Nogueira

Meio ambiente e sustentabilidade são assuntos que só entraram em pauta muito recentemente na minha vida. Quando Alice, minha filha, nasceu, comecei a pensar que, de certa forma, estou deixando um mundo inteiro de herança para ela. Não falo do planeta inteiro, óbvio, mas do contexto que segue e constrói o mundo ao redor dela. E tem um monte de coisas simples que sempre me incomodaram e, se nada fosse feito, seriam herdadas por ela.

Comecei com coisas simples, como propondo ao prédio onde moro fazer coleta seletiva do lixo. Algo que, para surpresa de todos, virou uma atividade rentável ao condomínio. O impressionante é como oferecer a alternativa foi suficiente para que as outras pessoas adotassem a prática. Mas foi só quando o movimento SWU “Começa com você” me convidou para ser insider que passei a associar a idéia ao mundo da música. Mais assustador que a quantidade de lixo que festivais movimentam é a quantidade de festivais que simplesmente não fazem nada sobre isso.

Quando pensamos que a música pode ajudar a mudar as pessoas, não queremos dizer que é preciso que uma banda dê uma bronca ou lição de moral no palco. Ninguém gosta disso. Mas as pequenas atitudes ao redor do grande encontro que é um festival podem fazer bastante diferença. Ampolas para porta-cinzas de cigarro e coleta seletiva são apenas duas sugestões que já dão conta da grande parte do lixo que é produzido nesse ambiente.

A coleta pode ainda ser feita do balcão dos bares para dentro. O público leva apenas um copo e, com isso, se preocupa apenas com um tipo de lixo. Enquanto os vidros e latas são separados internamente. Tem muito mais. Destribuir eco-bags personalizadas para evitar o uso do plástico; servir alimentos frios que não precisem ser aquecidos; de um desligar tudo da tomada assim que a festa acabar. E o mais legal: que tal fazer um evento de tarde, aproveitando a luz natural? Pode ser muito legal também. Será!

Bruno Nogueira é jornalista e editor do http://www.popup.mus.br/. Para seguí-lo: @bnogueira.