“Eu poderia estar desencorajada hoje, mas agora eu sou mãe. Há 20 anos, eu lutei por mim, pelo meu futuro. Hoje, luto pelo futuro dos meus filhos.” A frase que emocionou a plateia da “Juventude e Carta da Terra”, plenário na Cúpula dos Povos, é da canadense Severn Suzuki, que duas décadas depois volta ao Rio de Janeiro para, mais uma vez, “calar o mundo”. A ativista ficou conhecida aos 12 anos, na Eco-92, quando silenciou dirigentes das Nações Unidas e cobrou compromisso com o meio ambiente.
De volta ao país, Suzuki elogiou a Carta da Terra, declaração de princípios éticos para a construção de uma sociedade global justa, e ao perceber a grande quantidade de jovens no local, pediu atitude dos mais novos. “São vocês que dirão a verdade incontestável. Os políticos não mudarão o mundo. A mudança começa com cada um de nós, então, se mobilizem por um futuro melhor”, disse a ativista, arrancando aplausos da plateia.
Suzuki alfinetou as negociações da Rio+20 no Riocentro ao afirmar que não estamos perto de sermos um mundo sustentável. “Vinte anos se passaram e no lugar de avanço, tivemos um retrocesso. Quando começaremos a lutar?”, provocou.
Consumidores de emoção
A ex-senadora Marina Silva, que encerrou a mesa de debate, disse que é constrangedor saber que pouco foi feito em 20 anos, mesmo depois de um apelo tão comovente de uma criança. “Mas somos também consumidores de emoção. Nos sentimos tocados na hora, mas depois esquecemos e voltamos a ter velhas práticas”, criticou.
Em sua fala, Marina lamentou a apatia do Brasil por “deixar passar” a chance de liderar o desenvolvimento sustentável e ironizou a discussão sobre o conceito de economia verde. “Não podemos perder tempo com a cor da economia. Ela não muda com a cor que tem, muda com as diretrizes, com investimentos no futuro”. Também estiveram presentes na plenária da Cúpula dos Povos a atriz Letícia Sabatella e o senador Cristovam Buarque.
Marina Silva é uma heroína mesmo! sábias palavras! e a Suzuki tbm! vi o video da RIO-92 e vi que o que faço ou o que tento mostrar pro mundo ainda é pouco!