O clube Watt, em Roterdã, na Holanda, seria uma boate como tantas outras por aí não fosse um “pequeno” detalhe: ela é a primeira balada sustentável do mundo.
Lá, quem produz a eletricidade do local é o cliente, e quanto mais empolgado ele estiver na pista de dança, maior é a energia coletada. Isso só é possível por conta da pista piezoelétrica: cubos de cristais piezoelétricos, como o quartzo, por exemplo, foram colocados debaixo da pista. Em cima e embaixo desses cristais, ficam duas placas metálicas, que ajudam a conduzir a eletricidade.
Toda vez que a pista é pressionada pelos passos de dança e pulos, os cristais geram uma descarga elétrica. A eletricidade gerada pelos baladeiros é usada para as luzes na pista, amplificadores e para a iluminação do clube. Segundo estudos de consultores do clube, uma pessoa dançando produz cerca de 20 watts e duas já conseguem acender uma lâmpada.
Além da pista de dança sustentável, os banheiros funcionam com água aproveitada das chuvas, a decoração é feita com garrafas pets e os bares usam material reciclado.
Facundo Guerra, dono do clube Vegas em São Paulo, acredita que a ideia é bacana, mas teme que o custo de uma pista sustentável como essa, ainda não compense. “O impacto global da construção e instalação de uma pista assim também é grande. Não sei se compensa a economia de energia”, disse. Mas Facundo avisa que o Vegas não é alheio quando o assunto é sustentabilidade. “Reduzimos o gasto de água com a implantação de torneiras de pressão e separamos materiais como alumínio e vidro para a reciclagem”.
A Watt é um projeto da Sustainable Dance Club, uma companhia formada por inventores, engenheiros e investidores holandeses. O próximo passo do grupo é usar a mesma tecnologia em lugares onde haja muito movimento, como ginásios, academias e plataformas de metrô.