A cultura digital que a gente vive

Por que ela não está só no Twitter e no Facebook?

Caros novos amigos, vamos às apresentações. Quem vai escrever neste espaço é Monique Oliveira, eu, repórter da revista ISTOÉ e fundadora do synthorchestra.org, coletivo de cultura digital, também tema desta coluna. Já que o SWU nasceu como um festival que fomenta a ação entre seus participantes, esse espaço é perfeito tanto para um anseio pessoal, como para um grito contemporâneo: provocar os internautas a pensarem a web como ferramenta para espalhar o que acreditam.

Vimos que a primeira ação dos grandes ditadores -Mubarak, no Egito; e Gaddaffi, na Líbia– foi a de bloquear o acesso à internet aos revoltosos – quase 90% da população contrária ao regime. Também as recentes revoluções na Espanha, um “cansei” para governos que usam o dinheiro do contribuinte para partir em resgate de bancos e especuladores irresponsáveis – foi totalmente organizada pelo Twitter sob o #spanishrevolution (entenda as revoltas aqui).

Mas, para exemplificar o que estou dizendo, não precisamos ir tão longe. Fizemos o mundo inteiro acreditar durante a Copa do Mundo de 2010 que Galvão Bueno, narrador da Globo, era um pássaro em extinção no Brasil. “Cala a Boca Galvão”, então, virou trend topic no Twitter. Agora, o twitaço #minharedecaiu luta pela expansão de internet de Banda Larga de qualidade no Brasil.

A cultura digital é uma ferramenta de criação. Twitter, Facebook, Tumblr, etc, são os meios. A população do Oriente Médio tinha uma mensagem clara: a de mostrar ao mundo que seus chefes de estado não mais os representavam; aqui, a nosso modo, também tínhamos a nossa.

Criar um vídeo, colocar um livro em pdf, montar uma comunidade não são ações alheias ao que acontece no nosso dia a dia. Não estamos mais na era da “realidade virtual”.  Temos, ao contrário, ferramentas dentro da nossa realidade que podem ser usadas para mudá-la. Vamos, então, à nossa luta. Sejam bem-vindos.

Esta entrada foi publicada em Cultura Digital por Monique Oliveira. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

71 respostas a A cultura digital que a gente vive

  1. Muito bom, temos uma ótima ferramente mas só usamos com futilidades.

  2. Duranice disse:

    Excelente texto e uma ótima oportunidade de podermos refletir o que o mundo virtual pode ajudar a mudar a nossa realidade, seja com manifestos políticos ou sustentáveis, temos uma ferrmenta que vai muito além de diversão, pois temos uma nação virtual que pode numa simples ação tentar mudar uma nação…. Portanto, vamos nos conectar e nos reciclar ….

  3. Adorei os post da Monique! Poderia rolar com mais frequência!

  4. FERNANDO disse:

    A revolução não será televisionada, muito menos twittada e facebookada…

  5. O importante é poder usar essas ferramentas de maneira positiva e consciente, com o propósito de se poder compartilhar conquistas, descobertas e idéias, que possam nos ajudar tanto no nosso dia-a-dia, como salvar vidas.
    Fiquei encantada com a Edição especial da Revista SuperInteressante de Julho, que traz as “44 coisas que você pode fazer em casa, mas não imaginava que é possível”. No capítulo IV – Conectados tem os ítens como: Livros gratúitos, c caça legalizada à música, como estudar nas melhores universidades em sua casa. E coisas interessantes para fazer/construir usando materiais recicláveis e sustentáveis como: um foguete de papel, um reservatório de água usada da máquina de lavar, aquecedor de água solar, banco feito de garrafas pet, entre outras coisas muito divertidas…
    Vale a pena conferir.
    #fica.a.dica

  6. Vanessa Eich disse:

    muito bom o texto, e realmente está na hora de acordarmos e vermos a poderosa ferramente que temos “bem aqui” nas nossas mãos