Dez para meia noite. Em algumas horas o sino da catedral anunciaria o início de um novo dia. Ele tirou algo do bolso e, entre um emaranhado de chaves, localizou a pertinente e abriu o portão de casa. Não muitas horas adiante o relógio despertaria alertando-o para o novo dia.
Depois de escovar os dentes, ajoelhou-se em frente a sua cama com um terço na mão. Preces saiam sorrateiramente de sua boca, e uma fé incompreensível em sua mente dava alguma esperança de que aqueles desejos pudessem mesmo tornar-se realidade.
Ao passar o dedo no botão de desligar a luz, pensou: “Deus! Aqueles calos definitivamente não estavam ali há alguns verões.” Realmente, aqueles calos nas mãos nem sempre fizeram parte de sua vida, assim como as responsabilidades de ser um “cidadão” pertinente àquela sociedade.
Clic!
Depois de apagar das luzes, alguns passos em direção a sua cama e, em seguida, um interminável silêncio de exatas quatro horas e vinte e dois minutos madrugada adentro.
♪ She’s got a smile that it seems to me… ♫ O novo dia.
Nem mesmo a guitarra de Slash e o timbre de Axl puderam animá-lo. Logo depois de desligar a música e despertador do celular, o primeiro pensamento do dia, assim como nos outros, foi um sentimento de rancor seguido de melancolia e algum palavrão aleatório.
minha amiga morinha pelo Axel. Não sei se ele ainda é sex simbol.
Muito interessante a crônica, expressa o sentimento e a vida cotidiana de muitos jóvens que sairam do ensino médio e engressaram na carreira profissional juntamente com a acadêmica.
É muito difícil conciliar trabalho e estudo superior, principalmente se for uma universidade pública, a maioria delas obriga o aluno a dedicar-se totalmente aos estudos cobrando-lhe muitos trabalhos e aplicando provas extremamente difíceis.
Apesar de tudo, espera-se que essa seja apenas uma fase na vida e que dias melhores e mais felizes venham com a formatura ou com empregos melhores.