Começou hoje o Fórum Global de Sustentabilidade SWU. Com a arena cheia, quase sem lugares livres, os nove palestrantes discorreram sobre um dos assuntos mais relevantes quando se trata de economia: Negócios Sustentáveis.
Para Gary Schwartz, a mudança de pensamento, ou melhor, a decisão de assumir ações sustentáveis só acontece quando sentimos o peso no bolso. Mas, então, não importa se o motivo é econômico? “Não, já que chegamos a um ponto em que qualquer decisão de mudança é bem-vinda. Quer você seja idealista, ou não, é assim que as pessoas decidem mudar.”
Nega Gizza, co-fundadora e diretora da CUFA (Central Única das Favelas), conta que a instituição nasceu da vontade de mudar a história. “Já não podíamos simplesmente depender da ajuda da sociedade e governo. Mudar a história das nossas vidas depende apenas da nossa vontade em fazer isso acontecer.” Ela reconhece que, sim, ajuda e apoio são bem-vindos, mas quando esse desejo e esse movimento partem da própria pessoa e da comunidade, a força é muito maior, já que muda o seu mundo e pensamento. E as pessoas não conseguem (e não aceitam) pensar como antes.
É uma mudança de mentalidade. “Quando pensamos em PIB, pensamos em produto de consumo e, por vezes, destruição. Quando pensamos em empresas sustentáveis, o que vem em primeiro plano é a qualidade de vida: pensamos em Felicidade Interna Bruta”, diz o professor Ladislau Dowbor, presidente do Conselho do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP.
Perguntamos a Stephen D’Esposito, presidente da Resolve, se ele acredita ser possível mudar a mente de uma plateia (ou de uma pessoa, que seja) em uma ou duas horas de debate e fórum, mesmo com assuntos sérios e profundos. “Não, não é possível. A ideia aqui não é convencer as pessoas a acreditarem nisso, mas trazer experiências que inspirem essas pessoas. Só assim tocamos no cerne da questão. Quando as pessoas se identificam com os problemas e percebem que, sim, aquilo também é problema deles.”
Para Stephen, a questão não está no primeiro, segundo ou terceiro dia de evento. O que mais interessa é: o que faremos depois? Para ele, daqui cinco anos poderemos olhar para trás e dizer que fizemos parte do nascimento de uma plataforma onde foi possível agregar valor a um discurso inevitável e urgente. Estamos escrevendo e mudando a nossa história, e isso só depende da nossa vontade para acontecer.
Amanhã tem mais Forum, falando sobre inclusão de minorias, com transmissão ao vivo aqui no portal.